quarta-feira, 8 de julho de 2015

Trabalho final

A realização de um vídeo com recurso às ferramentas e técnicas estudadas durante este curso é o corolário natural de uma formação dedicada à edição e produção de vídeo com fins pedagógicos.
O desenho do curso foi muito bem elaborado e este final visava a consolidação de todas as competências adquiridas, mas acima de tudo, penso que pesou o fator motivacional. Isto é, desta forma os formandos ganharam confiança para dar continuidade à produção e utilização dos seus próprios vídeos na sua prática pedagógica. Pelo menos eu senti isso!
Assim, optei por produzir um vídeo que me fosse útil já para o próximo ano letivo. Para melhor compreenderem a minha opção e os objetivos definidos para este trabalho, devo referir que leciono disciplinas de cariz prático na área da informática e apoio o desenvolvimento de projetos de PAPs do 12º ano dos cursos profissíonais.

Sinopse
Este vídeo introduz a produção e edição de vídeo utilizando o programa Camtasia. Podemos dividi-lo em três partes distintas: a primeira parte é uma pequena introdução motivatória para a produção e edição de vídeo em contexto escolar, seguida de duas partes técnicas, a apresentação do Camtasia e suas funcionalidades e uma demonstração de como gravar a atividade que passa no ecrã do computador.

Na realização deste vídeo incluí um conjunto alargado de funcionalidades do Camtasia, com o propósito de ele próprio ser um exemplo das potencialidades do programa.

Objetivos:

           - Motivar, dando relevo ao vídeo como veículo primordial de comunicação nos dias de hoje.
           - Discutir experiências dos alunos em termos de utilização do vídeo como recurso pedagógico, para sublinhar a importância deles realizarem vídeos: para os seus trabalhos escolares, como realização pessoal e mesmo no seu futuro profissional. Abordar os canais do youtube, como exemplo das potencialidades que o vídeo tem numa perspetiva de negócio.
      - Enquadrar este vídeo no projeto a desenvolver na disciplina – “O meu primeiro vídeo com o Camtasia”.



Também desenvolvi um documento com Atividades de exploração e grelha de observação para exploração do vídeo em termos pedagógicos.

Exploração/desconstrução do vídeo

As metodologias e instrumentos de exploração/desconstrução do vídeo como recurso pedagógico são comuns à utilização de outros recursos e mesmo ao processo de planificação de uma unidade curricular. Estruturar todo o processo de utilização de um audiovisual ajuda a desconstruir o recurso e a consolidarmos práticas, e não menos importante, a aplicação de técnicas de exploração e instrumentos para uma boa utilização de um vídeo na sala de aula ou num ambiente on-line.
A leitura do livro “O vídeo como dispositivo pedagógico”  (Moreira & Nejmeddine, 2015) sugere algumas destas técnicas e instrumentos de exploração:
1. As vantagens da utilização do vídeo como recurso pedagógico;
2. As etapas para uma adequada utilização;
3. Atividades a desenvolver e os materiais pedagógicos de apoio.
1. As vantagens da utilização do vídeo como recurso pedagógico são inúmeras e consensuais, destaco o conceito de dual-channel comum à minha área, nas redes de computadores, mas também à comunicação em geral.
"Dual-Channel Learning
In fact, all students, both with and without a strongly dominant modality preference, benefit from instruction that includes video. Marshall (2002) cites the conclusions of Wiman and Mierhenry (1969), extending Dale's "Cone of Experience,” that: "people will generally remember: 10% of what they read 20% of what they hear 30% of what they see 50% of what they hear and see” (Cruse)
Hoje, é imperativo para o professor que quer chegar aos alunos de uma forma eficaz de forma a maximizar aprendizagens, a utilização de recursos e tecnologias na sala de aula que sejam multi canal e familiares aos alunos.
A este propósito, permitam-me um parêntesis que mostra como esta questão está na linha da frente dos objetivos para a educação na europa. Estou também a frequentar uma formação chamada "Salas de aula do futuro” que visa a criação de uma rede de professores nas escolas, para a divulgação/discussão de cenários da Sala de Aula do Futuro criados no contexto do projeto ITEC (http://itec.dge.mec.pt/) promovendo uma visão clara das práticas de ensino e de aprendizagem inovadoras, com o propósito de provocar uma mudança gradual, mas sustentável no sistema de ensino.As conclusões do projeto ITEC, que são motivadoras e inquestionavelmente positivas no que diz respeito às mais valias da utilização das novas tecnologias, podem ser consultadas na integra no endereço:
http://fcl.eun.org/documents/10180/18061/iTEC+evaluation+report+2014_PT.pdf/f7197b5c-c8e8-41e1-b26f-e1f5d34aff0e . São resultados que mostraram de forma clara o impacto que a sala de aula do futuro tem sobre professores, alunos e escolas onde foram implementados os projetos piloto.
Naturalmente que a utilização dos recursos audiovisuais, a utilização de dispositivos móveis como tablets ou smartphones, ou a disseminação de ferramentas fantásticas da Web 2.0 fazem parte do objetivo deste projeto.
Neste contexto, o vídeo é também ele um recurso fundamental:
"Without question, this generation truly is the media generation, devoting more than a quarter of each day to media. As media devices become increasingly portable, and as they spread even further through young people's environments-- from their schools to their cars--media messages will become an even more ubiquitous presence in an already media-saturated world. Anything that takes up this much space in young people's lives deserves our full attention. --Kaiser Family Foundation” (Cruse)
Estas vantagens são maiores, quanto maior for o conhecimento de novas metodologias por parte do professor e mais cuidada for a preparação cuidadosa da exploração destes recursos. De fato a sua utilização "exige um esforço permanente por parte do professor na procura das soluções mais adequadas a cada situação” (Moreira & Nejmeddine, 2015) e "As with all educational technologies, the value of video relies on how it is implemented in the classroom.” (Cruse).
De realçar também que na utilização de um recurso audiovisual "é necessário não só, ter em conta as dimensões técnica e expressiva, mas também, e sobretudo, a sua dimensão didática” (Moreira & Nejmeddine, 2015), e é neste contexto que a desconstrução do recurso é crucial, o que nos leva ao ponto dois.
2. Nos diferentes documentos estudados, a definição das etapas é muito semelhante, expondo de uma forma clara e objetiva três tempos: pré-visualização, visualização e após a visualização. Em cada um destes períodos são apresentadas as metodologias a seguir e algumas técnicas de exploração muito pertinentes.
Como é referido no livro "O Vídeo como dispositivo pedagógico”, o artigo "Using Educational Video in the Classroom: Theory, Research and Practice By Emily Cruse” é de fato muito interessante. Neste artigo, na secção "General Principles of Video Use in the classroom” são definidas também três etapas: "pre-activity / activity / post-activity”. A leitura destas etapas também nos fornece um conjunto de metodologias e instrumentos em muito coincidentes com o livro de referência do nosso curso.
A desconstrução pedagógica de um recurso de aprendizagem audiovisual inclui quatro etapas: preparação ou planificação; visualização, leitura e análise do recurso de aprendizagem; desconstrução do recurso, debate e reflexão; conclusão e verificação. Esta estruturação, para além de outras ideias de exploração como a referida desconstrução pedagógica do recurso, vai de encontro às etapas definidas anteriormente mas acrescenta de forma muito pertinente a perspetiva de utilização do recurso on-line. Hoje é muito fácil disponibilizar estes recursos na web, de forma bem enquadrada com os objetivos pretendidos, e assim, agregar um conjunto muito relevante de potencialidades pedagógicas.
3. Neste ponto gostaria de referir alguns instrumentos/técnicas e materiais de apoio que considerei relevantes:
- As atividades de exploração e grelhas de observação fornecidas nos anexos do livro.
- Referências para informação complementar;
- Elaboração pelos alunos de um produto resultante da visualização do vídeo, por ex., um cartaz, um vídeo, um blog, um programa de computador, a instalação de um sistema operativo, uma página web, ...
- Utilizar o vídeo ao longo do ano letivo aproveitando-o como motivação para diferentes unidades didáticas ou para consolidar conhecimentos adquiridos;
- Visualizar excertos do vídeo de forma criteriosa;
- Ver o vídeo sem som e lançar desafios aos alunos para fazerem a narração do que se está a passar;
- Criar pequenos grupos de trabalho para discutir o vídeo;
- Fazer intervalos na visualização para propor atividades ou mesmo promover atividades interativas durante a visualização;
Estas são apenas algumas ideias que colecionei, muitas delas que nunca me lembraria e muitas outras que nunca apliquei.
Termino com uma frase que sublinhei nestas leituras, com a qual concordo plenamente seja no vídeo ou em qualquer outra temática. Estou certo que os colegas concordam que na 1ª vez, 2ª ou...  que ensinamos algum conteúdo não o fazemos com a mesma qualidade que o fazemos quando temos experiência, aliás como em qualquer outra atividade das nossas vidas.
"Experimentar, avaliar, experimentar novamente e ter uma atitude de questionamento permanente, parece-nos ser fundamental para otimizar a sua utilização didática e pedagógica” (Moreira & Nejmeddine, 2015)


domingo, 24 de maio de 2015

Pensamentos sobre a tecnologia e o professor na sala de aula

Nós os educadores usamos a tecnologia em demasia?  Há cerca de 10 anos pouca gente, alunos ou professores, tinha portátil. No entanto educava-se e nas escolas o trabalho fazia-se. Hoje, vejo colegas agarrados aos portáteis a toda a hora e pergunto-me o que fazem? Devem fazer o mesmo que eu, naturalmente! E eu o que faço? Ler muitos mails aos quais é preciso dar resposta, acesso a programas de sumários e gestão da direção de turma,  preparar alguns documentos solicitados pelos departamentos ou direção, ver noticias, colocar documentos no moodle, ler alguns textos da formação de vídeo :), há é verdade... e preparar aulas. Creio que outros, porque tem facebook, também colocarão umas fotos e alguns gostos aqui e ali. No meio de tudo isto, por vezes perdemos noção das prioridades e as aulas passam mesmo para pistas inferiores (já podemos fazer piadas com referências ao camtasia).
Os alunos também andam com o seu portátil, mas nestes é mais fácil de identificar o que processam, muito facebook, sites de futebol ou da casa dos segredos, e na maioria dos casos, a dúvida é saber qual o nome do jogo.
Resultados concretos para uns e outros - menos abandono escolar mas piores resultados, menos tempo para a família, os miúdos cada vez mais isolados, o trabalho burocrático aumenta ao contrário do que era suposto, sensação de que estamos desatualizados, mais futilidades e mediocridade a imporem-se sem que possamos fugir, DEMASIADA informação, mais vazio intelectual e de valores. 
Parece-me que as tecnologias evoluíram e evoluem a uma velocidade  estonteante e nós não estamos a conseguir digerir, assimilar, adaptar processos. Não sabemos o que fazer com tanto software, com tanto hardware. Consumimos a tecnologia sem refletir se vai melhorar a nossa qualidade de vida, sem pensar de que forma a vamos humanizar. E isto não para (significa pára de parar, mas assim cumpre o acordo ortográfico), nem vai parar tão cedo. É como a globalização (aliás consequência da revolução tecnológica), foi tão rápida que não houve tempo para prever o seu impacto. Hoje estamos a ajustar, ao mesmo tempo que balançamos nas ondas de choque que provocou.
A questão recente e recorrente -  o professor pode vir a ser substituído pela tecnologia?
Na educação existem hoje recursos tecnológicos que podem ultrapassar o professor em algumas áreas. Um exemplo concreto é um estudante que pretenda aprender programação numa determinada linguagem. Pode recorrer a manuais e tutoriais online, pode aprender interactivamente em sites da especialidade ( codeacademy.com - site fabuloso para aprender a programar), pode falar e tirar dúvidas com uma imensa comunidade de programadores experientes na linguagem, pode produzir código e colocá-lo para análise e testes na internet, pode utilizar e fazer reverse engineering com programas de código aberto que são disponibilizados, no fundo pode lançar mão de todos os recursos que a web 2.0 nos oferece.
Para que é que um aluno motivado precisa de mim, professor, para lhe ensinar a programar? Existem com certeza muitos exemplos que poderiam ser dados noutras áreas de conhecimento.
E é aqui que entra a parte boa do desenvolvimento tecnológico. Não vou voltar ao discurso sobre as tecnologias e a globalização, nem vou enumerar vantagens da tecnologia porque teria que recorrer aos números irracionais, mas é claro que estamos a viver uma era fantástica, com um progresso fabuloso em todas as áreas do conhecimento humano, sendo que o desenvolvimento exponencial que conhecemos nas últimas décadas deve-se às novas tecnologias.
Eu sei o que estão a pensar... é preciso motivar o aluno, orientá-lo neste labirinto, guiá-lo pelo melhor caminho e sobretudo, oferecer tudo isto, não por mail, mas com duas mãos humanas que o podem apoiar em muitos aspetos do seu processo de aprendizagem, incluindo os pessoais. O papel do professor na formação dos jovens não se resume a transmitir conhecimento, à que reconhecer a importância do currículo oculto, da relação interpessoal, da formação do caráter, do apoio psicológico que tantas vezes temos que dar. Nas idades mais verdes teríamos que recorrer outra vez aos números irracionais para enumerar os benefícios do professor.

O segredo é a conjugação das duas vertentes, o professor precisa de estar aberto às tecnologias, conhecê-las, refletir sobre elas e tirar o melhor proveito destas novas ferramentas para melhor desempenhar o seu papel e potenciar as valências que as tecnologias não podem nem nunca vão substituir.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Flip - Cinema de animação em Amarante

De 14 a 17 de maio decorre uma mostra de cinema de animação em Amarante. Com um programa muito rico e extenso, é uma proposta muito interessante para o fim de semana dos amarantinos, ainda pouco habituados a ter boas propostas de cinema na cidade.
Penso que este é um bom post para abrir este blog e uma boa sugestão para todos os formandos do nosso curso de vídeo. Aliás, eu até proponho que no sábado à tarde façamos uma visita de estudo ao Centro Cultural de Amarante :)

Flip